Não basta somente passear por Roma; você deve ir em busca dos sinais do império romano pela cidade e tentar visualizar os muitos anos de histórias da civilização que se instalou por ali. Elencarei, então, uma série de monumentos espalhados por Roma, que resistiram ao passar dos anos e mantiveram-se preservados. Visitá-los lhe permitirá uma viagem no tempo: aos anos do grande império romano.
Os monumentos a seguir estão expostos todos os dias, grátis, em meio ao tráfico de Roma , para quem quiser ver.
Sinais do império romano : Coluna Traiana
Um dos mais bem conservados sinais do império romano está localizado na área arqueológica do Foro Imperial e originalmente edificado no ano 113 d.C.. A Coluna Traiana descreve, nos seus quase 200 metros de circunferência somadas e 30 metros de altura, a vitória de Traiano na conquista da Dacia, atual Romênia. As imagens foram esculpidas em baixo relevo, no mármore, dando um aspecto decorativo à coluna. A construção original tinha a estátua de Traiano em bronze no topo, porém ela foi perdida na Idade Média, sendo substituída pela de São Pedro, presente até hoje. Na base que suporta a coluna há uma porta, onde dentro encontravam-se as cinzas do imperador vitorioso, guardadas em uma urna de ouro ,além de uma escada que dá acesso ao monumento pelo seu interior (não destinado aos turistas).
Pirâmide Cestia na Ostiense
Roma conta com um inusitado mausoléu em forma de pirâmide, resquício das megalômanas inspirações de um personagem do antigo império. O desejo de tornar-se memorável após a sua morte fez com que Caio Cesto, magistrado e membro de um exclusivo colégio sacerdotal, organizasse a perpetuação do seu nome, ordenando em testamento a construção de uma pirâmide em estilo egípcio. O não cumprimento do seu desejo em até 330 dias após sua morte, impediria os seus herdeiros de desfrutarem das riquezas deixadas por ele em testamento. Assim, a cidade de Roma passou a ter sua própria pirâmide, construída entre os anos 12 e 18 a.C., com 36 metros de altura, feita de concreto e recoberta de mármore Carrara. Para visitá-la basta descer na parada do metro B , Pirâmide e caminhar cerca 50 metros. È possível visitar a pirâmide por dentro com um bilhete de €5.50 mas digamos que vê-la de fora é já um belo espetáculo.
Arco de Tito
Trata-se de um arco, construído no ano 81 d.C., como homenagem póstuma ao imperador Tito. O senado ordenou sua construção para comemorar o triunfo de Tito na guerra judaica na Galileia. Assim como muitos outros monumentos históricos da antiga Roma, o arco também descreve em seus muros a ocasião da sua construção. Entre outros símbolos e personagens desenhados, é possível observar a representação dos romanos, vencedores da guerra, transportando objetos tipicamente hebreus, como os candelabros de sete velas e trombas de prata.
Ponte Mílvio
Uma das mais antigas pontes de Roma, a Ponte Mílvio foi colocada para prolongar a via Flaminia em uma zona onde importantes estradas do império se encontravam, em meados do século IV a.C.. Historicamente, a ponte fez parte de momentos decisivos que influenciaram os rumos da religião em todo o ocidente. Foi nessa ponte que Constantino teve a visão da cruz Cristiana, que previa a sua vitória contra Magêncio, e foi ali que a batalha teve o seu desfecho.
Arco de Constantino
Localizado nas proximidades do Coliseu, na estrada dedicada à passagem dos vencedores das batalhas romanas, o arco foi uma homenagem do senado romano ao imperador Constantino pela sua vitória na batalha da Ponte Mílvio, contra Magêncio. Inaugurado em 315 d.C., o Arco de Constantino é repleto de materiais decorativos e esculturas provenientes de outros monumentos, ainda mais antigos, que foram parcialmente destruídos pelos incêndios ocorridos Roma. O texto visível no Arco de Constantino é um documento escrito em latim, onde o senado romano agradece ao imperador que, com inspiração divina e sabedoria, venceu o inimigo. A alusão à “inspiração divina” demonstra a relação de Constantino com o cristianismo e a visão da cruz antes da batalha na ponte Mílvio. Foi ele o primeiro imperador da antiga Roma a permitir o livre culto da nova religião.
Sinais do Império Romano na via Appia Antica
Roma era (e ainda é) formada por vias consulares que ligavam a cidade a várias regiões fora do império e por onde passavam soldados e mercadorias. Uma dessas vias, a via Appia Antiga, liga Roma a Brindisi, no sul da Itália, local de onde se partia em direção à Grécia e ao oriente. Percorrendo a Appia Antica é possível identificar muitas construções, sinais do Império Romano: mausoléus, tumbas, vilas, pedaços de aquedutos e partes originais da estrada percorrida pelos conquistadores romanos. A construção de majestosos mausoléus, concentrados na parte da estrada que está fora da cidade antiga, dão status àqueles personagens, que podem ter as suas tumbas admiradas pelos inúmeros viajantes dessa via de grande tráfego.
Coluna de Marco Aurélio
Situada na Piazza Collona, bem no centro comercial de Roma, esse monumento foi construído em homenagem póstuma a Marco Aurélio, em 180 d.C.. Assim como a Coluna Traiana, também foi esculpida em relevo, como se uma carta em espiral a envolvesse e narrasse as vitórias de Marco Aurélio contra os alemães e os Sarmati. A estátua do imperador, que se encontrava no topo, foi substituída pela de São Paulo na Idade Média. A coluna de Marco Aurélio é só mais um dos sinais do império romano que você vai encontrar pela cidade eterna.