É muito importante entrar no Coliseu e enxergar os fatos que estão além das suas ruínas. Ali dentro encontram-se cerca dois mil anos de história, que devem estar inseridas na sua visita ao monumento. Aproveite as dicas e curiosidades a seguir para dar mais sentido ao seu roteiro de viagem à Itália.
Por que o nome Coliseu
Este nome é devido à presença, à época, de uma colossal estátua de bronze com aproximadamente 38 metros de altura e conhecida como o Colosso de Nerone. A estátua representava ninguém mais ninguém menos que o próprio Nero e estava inserida no contexto do seu complexo residencial, em frente ao Coliseu (onde hoje, ao visitar Roma, você encontrará as ruínas da Domus Aurea, casa de ouro em latim).
A inauguração do Coliseu
Construído por Vespasiano e Tito, seu filho, em 72 d.C. na dinastia Flávia, tinha por objetivo dar a Roma uma digna arena para os famosos jogos de gladiadores que tanto divertiam os romanos. Além de mostrar-se mais popular, Vespasiano queria dar uma trégua ao período de tirania e despotismo que o seu antecessor, Nero, tinha instaurado. A festa de inauguração do Coliseu, ou anfiteatro Flávio, durou 100 dias. Festança regada a espetáculos e muitas mortes. Conta-se que só no dia da sua inauguração foram mortos cerca 5000 animais em combate.
A infra– estrutura do Coliseu
Ainda hoje é possível notar a estrutura que configurava o subterrâneo do Coliseu. Por lá passavam e eram alojados animais e gladiadores que, através de uma estrutura parecida com um elevador, eram transportados para o plano principal da arena, dando ao espetáculo um toque de efeitos especiais. Outra curiosidade é que ali também eram representadas batalhas navais. Nestas ocasiões, o chão da arena era inundado de água, como uma piscina, para dar mais realismo à encenação. A água provinha de tubos ligados a poços internos. Louco, não? Tem mais! Nos dias de sol escaldante, o Coliseu protegia os seus espectadores com tendas que, de cima, circundavam as extremidades da circunferência do teatro e, prolongando-se em direção ao centro, faziam sombra nos dias de calor intenso.
As batalhas do Coliseu
Não só de disputas entre gladiadores vivia o Coliseu. Dentro do anfiteatro ocorriam confrontos e exibições que faziam da arena uma verdadeira casa de shows. Entre os espetáculos que mais animavam o público estavam as apresentações de animais exóticos, as simulações de suas caças e sucessivas mortes, além das lutas de homens com animais selvagens. Despertavam a curiosidade dos romanos as exibições de girafas, elefantes e muitos outros animais que não faziam parte da fauna regional. Outra grande diversão era assistir a luta entre espécies incompatíveis. Registros falam do confronto de um crocodilo com um leão e de uma foca contra um urso e outras bizarrices afins.
Os gladiadores do Coliseu
A princípio os gladiadores eram escravos, criminosos ou condenados à morte, mas com o passar dos anos a figura do gladiador tornou-se símbolo de força, coragem e virilidade. Assim, alguns romanos livres passaram a se interessar pela carreira de gladiador, tanto por vaidade e gosto pelo perigo quanto pelo pagamento que recebiam ao final de cada luta. A atração que a imagem do gladiador passou a provocar nos homens instigou alguns imperadores a apresentarem-se na arena do Coliseu. Relatos históricos contam que Adriano e Commodo foram “se aparecer” lá dentro.
Para combater utilizando o máximo da sua capacidade, foi construída uma escola para treinar os lutadores, que passavam anos ali, sendo submetidos às mais terríveis provas de força física e psicológica. Isso porque os espectadores do Coliseu ficavam cada vez mais exigentes; queriam guerreiros corajosos e fortes, que fizessem de cada combate uma imprevisível e longa exibição.
O Coliseu não é o único anfiteatro
Não só em Roma encontram-se anfiteatros como o Coliseu, A estrutura dessa arena de batalhas e espetáculos espalhou-se por todo o império e é possível encontrá-la em diversos países que foram conquistados pelos romanos, dentro e fora da Europa, totalizando 230 em todo o mundo. Se você vier fazer um giro na Itália, vai se surpreender ao encontrá-los em Pozzuoli, Pompéia, Siracusa, Catania e Verona (nesta última cidade, com um espetacular estado de conservação).
Os colossais números do Coliseu
Capaz de abrigar mais de 50 mil espectadores em seus 24.000 metros quadrados, a construção do Coliseu foi financiada com os tesouros provenientes da conquista de Jerusalém e com a venda de escravos. Naquela época a venda de escravo era muito lucrativa; assim como o comércio de petróleo hoje, o escravo era força e força é energia.
A sua construção durou 5 anos e com o seu abandono, no século VI d.C., o mármore Travertino utilizado para edificá-lo foi reutilizado em diversas outras construções de Roma, como a Basílica de São Pedro e o Palácio Barberini.
O Coliseu é hoje o monumento mais visitado da Itália. Com mais de 6 milhões de visitantes ao ano, ultrapassa Pompéia e Gli Uffizi, em Florença. É uma das sete maravilhas do mundo .